sexta-feira, 13 de novembro de 2009


Estou aqui sentada, a olhar. Contemplo o fascínio do branco, que aos poucos vou maculando. Se por um lado sinto uma vontade pungente, quase dorida de escrever, por outro não deixo de me sentir presa a este vazio, a este ser que não é.Os meus dedos pairam sobre o teclado, prontos para partir em disparada.  Não penso em nada. Aguardo apenas. A minha alma reclama a escrita, mas o meu cérebro diz não. Ainda não é hora. As palavras que vão surgindo a custo, doem na folha de papel virtual,  a tinta vai caindo...
Muitas vezes me perguntam se o que escrevo aqui tem a ver comigo. Quando digo que não, as pessoas fazem um ar entendido, como quem diz: - Sei...achas que me enganas... Mas de facto é assim. É óbvio que impresso com as histórias estará sempre um pouco de mim,já que sou eu quem as escreve. As minhas   vivências estarão sempre presentes, espreitando aqui e ali, mas não de forma sublimada. Quando escrevo como  uma personagem faço-o por completo, visto as suas dores,gostos e  expectativas. Deixo de ser eu para passar a ser ela. Por isso mesmo, quando me sento aqui, não sei o que irei escrever. É ela quem toma conta das teclas...quem conta a história... eu limito-me a observar a  descrever e às vezes, quando me é permitido a sentir.

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